Os professores voltam à rua no próximo dia 8 de Novembro. Os sindicatos e os diversos movimentos autónomos de professores chegaram a acordo quanto à data da realização da marcha de protesto contra o modelo de avaliação imposto pela tutela. O primeiro-ministro e os responsáveis do ministério da educação dizem não entender a razão do protesto, e acusam os sindicatos de não respeitarem o memorando de entendimento assinado um mês e pico após a marcha dos cem mil que o ano passado impressionou o país. Os sindicatos, por seu turno, afirmam que foi o próprio ministério a não respeitar o memorando da discórdia. Neste braço de ferro entre governo e sindicatos percebe-se que a força dos braços oponentes vai fraquejando, corroída por jogos de interesses. A única força parece estar do lado dos professores. Apesar do desgaste causado por um modelo de avaliação que os penaliza – melhor diria, escraviza – e os subalterniza, que parece ter sido pensado contra eles e não a seu favor (pese embora os argumentos da tutela que só persuadem os desinformados e aqueles que sempre estiveram de má-fé, mas não convencem racionalmente ninguém), os professores, ao contrário do que amiúde se afirma, têm razões de sobra para se mostrarem insatisfeitos e para, uma vez mais, manifestarem na rua, em mais uma jornada de luta, as razões do seu descontentamento. Era bom que sindicatos e governo, de uma vez por todas, saibam capitalizar essa força da razão e a aproveitem para construir de vez um modelo de avaliação que sirva definitivamente as reformas urgentes que a escola merece e o país necessita, como pão para a boca.
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