segunda-feira, março 09, 2009

Do Magalhães e da pornografia mental

Da última vez que ouvimos falar do Magalhães foi há pouco mais de quinze dias, em vésperas do Carnaval. Aconteceu em Torres Vedras, cidade de tradições carnavalescas. Fiéis à máxima latina “ridendo castigat mores”, as gentes da terra são danadas para a brincadeira. Foi daí que surgiu a sátira do Magalhães pornográfico (ou melhor dito, entendido como tal). Alguém não gostou da brincadeira e apresentou queixa a quem de direito. Um magistrado, investido do papel de guardião da moralidade pública, decidiu usar da autoridade e censurar a ousadia, repondo desse modo a decência. O assunto torna-se público, mediatiza-se. Enquanto o diabo esfrega um olho, perde-se a vergonha e dá-se o dito pelo não dito. O caso morre pela permissão da licenciosidade e pela reposição da liberdade do Carnaval.
O Magalhães volta a dar que falar. Agora pelos piores motivos, porque a coisa é séria e o Carnaval já lá vai. Os erros do Magalhães, essa ferramenta didáctica que este Governo não se tem cansado de enaltecer e propagandear, afirmando-a como a cura de todas as maleitas da educação e como um milagre pedagógico, são a pior de todas as pornografias. Simplesmente por ser da ordem da prostituição mental. O rei vai nu, exibindo as suas partes impudicas à mente das criancinhas indefesas. Agora que já não há vergonha a perder, façam o favor de ter vergonha.

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