terça-feira, junho 24, 2008

O segredo bem guardado de Bob Proctor

Está garantido. 350 mil portugueses compraram o livro de auto-ajuda O segredo, de Bob Proctor – em menos de um ano –, e 6 mil assistiram, no Pavilhão Atlântico, à sua palestra, no passado dia 18. A julgar pelos números, e considerando que a mensagem foi adequadamente assimilada, o nosso futuro, nas próximas décadas, só pode estar garantido. É que se trata de muita gente! Não há razões, portanto, para não estarmos optimistas. Pode o governo cair de podre (ou simplesmente por efeito da lei da gravidade política), pode o preço dos combustíveis subir para 200 dólares o barril, podem os grupos terroristas islâmicos atentar à vontade contra a integridade ideológica da civilização ocidental, pode o Benfica perder mais dez ligas consecutivas, nada disso vai certamente desviar-nos, um milímetro que seja, da desejada convergência ao pelotão da frente dos mais ricos países da Europa a 27. É tão certo como eu me chamar José. Ou mesmo mais certo ainda. Basta para isso que os recém iluminados desatem a ser bem-sucedidos naquilo que obviamente mais desejam: ser bem-sucedidos financeiramente e obter mais riqueza material. Pois o que lhes falta são euros. Euros e mais euros. O resto – o amor, a saúde ou a vida espiritual, virão por acréscimo. E se não vierem, pelo menos a cota parte mais substancial da felicidade está garantida. E isso é o que importa.
A fórmula mágica do sucesso, ancorada nas leis da vibração e da atracção (a chave do segredo), está agora ao alcance de de 3.5% da população de Portugal. É esta percentagem de portugueses que, de agora em diante, estará apta a fazer aquilo que historicamente nunca foi capaz, isto é, transformar pensamento em acção. Basta seguir o lema “peça, acredite e receba”. Até há bem pouco tempo, sabiamos apenas conjugar o primeiro dos três verbos. Acreditar estava para além das nossas forças e receber muito para lá das nossas possibilidades. Tratava-se de uma missão verdadeiramente impossível. De agora em diante, não. Teremos o mundo a nossos pés. Já não precisaremos mais de fumar o ópio do futebol, snifar a cocaína de fátima ou beber até ao fundo o cálice do fado. Bem hajas, Bob Proctor. À tua sáude! À nossa! Mil obrigados por tudo.

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