sábado, maio 17, 2008

semana azarada

Para o Governo, esta semana não veio mesmo nada a calhar. O que calhava, era riscá-la do calendário. Afinal de contas, uma semana a menos nem aquece nem arrefece.
Numa semana em que o (super)ministro das finanças, Teixeira dos Santos, se viu obrigado, publicamente, a rever em baixa as previsões do crescimento económico – de 2,2% para 1,5% - de 2008, José Sócrates viu-se confrontado com o “lamentável” episódio da “fumaça” no avião fretado da TAP, aquando do voo de Lisboa para Caracas. É caso para dizer: “foi do caracas!”. Ou então: “foi só fumaça!”
Em relação ao primeiro episódio, apenas um comentário. A veia panglossiana dos membros do Governo, a sua profissão de fé no “melhor dos mundos possíveis”, acabou por revelar aquilo a que sempre cheirou: a esturro.
Quanto ao segundo episódio, somente uma observação. Mais lamentável do que a violação de uma lei aprovada recentemente pelo Governo, protagonizada por alguns membros do mesmo – em que se incluem o primeiro ministro e o ministro da economia – foram as desculpas esfarrapadas e as justificações inconsistentes de José Sócrates. Desta vez não lhe ocorreu evocar a célebre ética da responsabilidade, que certamente desconhece. Ou então era oportuno. Provavelmente, ambas as coisas.

4 comentários:

João Ferreira disse...

foi com muito agrado que descobri este blog.. pensamentos e ideias muito bem fundamentadas! passará a ser um blog de passagem diária.. Parabéns pelo trabalho que está a efectuar.

jcsmadureira disse...

Obrigado José pelo comentário. Espero que continue a gostar.

Blondewithaphd disse...

You know what? Somos mesmo um paízinho de brandíssimos costumes! Eu sinto-me desrespeitada enquanto cidadã obediente à lei porque, nem mais nem menos, o PM violou a mesma lei que nos submete a todos. Pareceu-me um ditadorzinho provinciano acima de qualquer eli e moral.

Good blog!

jcsmadureira disse...

Obrigado pelo teu comentário, blondewithaphd. Este povo de brandíssimos costumes começa a dar sinais de impaciência. Por que razão haveremos de tolerar isto?