A anunciada descida do IVA de 21 para 20 por cento, pelo primeiro-ministro, a entrar em vigor no Verão próximo, mereceu, da parte de diversas personalidades públicas do país, opiniões díspares e contraditórias. Salvo raríssimas excepções, os comentários, meramente reactivos e intelectualmente pobres, pouco ou nada contribuem para o esclarecimento do que verdaeiramente está em causa. Uns aplaudem – os que mais próximos se encontram do PS -, enquanto outros, os oposicionistas de serviço, apupam. O costume. O presidente da república, como é seu timbre, recusa-se a comentar (até parece que Cavaco e Silva, ao ser eleito chefe de estado, fez voto de silêncio). Os “media” em geral, para não destoar, limitam-se a ser o eco amplificador da cacafonia mental e acéfala que cada vez mais nos ensurdece e estupidifica. Bendita a santa ignorância! Por este andar, acabaremos todos beatificados, mercê da fé salvífica conferida pelo credo socrático (credo, quiam absurdum).
No meio disto tudo salvam-se as declarações do empresário Belmiro de Azevedo, a única oposição séria e credível a este governo acostumado a fazer passar gato por lebre: "Um por cento (de baixa do IVA) é um acto de publicidade; não tem qualquer impacto" (...) "Os impostos mudam-se de uma maneira programada e não de um momento para o outro". E mais acrescentou, recordando ser o IVA um imposto penalizador do consumo e injusto por cegueira (na medida em que penaliza igualmente pobres e ricos). Que raio de igualdade é esta? Para bom entendedor, meia palavra basta.
Quanto à entrada em vigor da medida (visivelmente eleitoralista) para o Verão, apenas se entende como uma pequena contribuição para os portugueses comprarem uma embalagem mais de protector solar (nem para isso dará).Cá por mim, só por teimosia, resolvi começar a fazer as contas, de lápis e de papel, para mais tarde comparar. Isto se ainda puder pagar as contas no supermercado, pois com a carestia de vida crescente e a inflação galopante, o mais certo é deixar-me desses luxos e privilégios, tão característicos de uma ex-classe média moribunda. No Verão logo se verá.
No meio disto tudo salvam-se as declarações do empresário Belmiro de Azevedo, a única oposição séria e credível a este governo acostumado a fazer passar gato por lebre: "Um por cento (de baixa do IVA) é um acto de publicidade; não tem qualquer impacto" (...) "Os impostos mudam-se de uma maneira programada e não de um momento para o outro". E mais acrescentou, recordando ser o IVA um imposto penalizador do consumo e injusto por cegueira (na medida em que penaliza igualmente pobres e ricos). Que raio de igualdade é esta? Para bom entendedor, meia palavra basta.
Quanto à entrada em vigor da medida (visivelmente eleitoralista) para o Verão, apenas se entende como uma pequena contribuição para os portugueses comprarem uma embalagem mais de protector solar (nem para isso dará).Cá por mim, só por teimosia, resolvi começar a fazer as contas, de lápis e de papel, para mais tarde comparar. Isto se ainda puder pagar as contas no supermercado, pois com a carestia de vida crescente e a inflação galopante, o mais certo é deixar-me desses luxos e privilégios, tão característicos de uma ex-classe média moribunda. No Verão logo se verá.
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