Ontem à noite assisti a mais um Prós e Contras. Desta vez o tema era a polémica lei do tabaco. Uma vez mais os argumentos esgrimidos, de um e do outro lado, foram pobres, devido sobretudo ao formato do programa e à competência argumentativa dos intervenientes. Apesar disso, algumas lições há para retirar do que foi dito.
Primeiro: em confronto estão duas visões do mundo e do ser humano antagónicas – uma que pretende ser o arauto de um mundo novo a construir, um mundo que se diz modernista, limpo e asséptico, ancorado numa visão antropológica que faz do elixir da eterna juventude e do mito do corpo saudável e impoluto os seus dogmas científicos; a outra que se reclama de um humanismo existencialista, fundada no primado do espírito sobre a matéria e, consequentemente, da liberdade sobre o determinismo, encara o ser humano como um ser para a morte, no horizonte da qual se vai apropriando da sua autenticidade.
Segundo: no plano filosófico-político, encontram-se duas perspectivas diametralmente opostas, ainda que ambas reclamem o universo ideológico da democracia – uma que valoriza o princípio da subordinação do bem privado (fumar) ao bem comum e público (a saúde pública); a outra que faz da liberdade individual e da propriedade privada os princípios sagrados da existência comunitária.
Terceiro: no plano da concretização política do exercício democrático-parlamentar, igualmente dois são os pontos de vista em discussão – uma que entende pertencer à maioria representativa a totalidade dos direitos (os dos não fumadores), legislando em função dos seus interesses, arvorados em interesses universais; a outra, minoritária em termos de representatividade, reclama o direito de ver consignados na lei os seus interesses particulares.
Quarto e último que já se faz tarde: a globalização é cada vez mais um fenómeno incontornável e perigoso. Os hábitos e costumes – o “ethos” ou o “modus vivendi” – do americano médio ou do ocidental medíocre vão-se transformando paulatinamente em lei planetária. Um dia destes não nos resta outra alternativa senão imigrar para outro planeta. No final do programa, contei as beatas que se acumularam no meu cinzeiro. Oito. Irra! E só assisti a uma hora e meia do debate! Que dizer se tivesse assitido até ao fim?
Primeiro: em confronto estão duas visões do mundo e do ser humano antagónicas – uma que pretende ser o arauto de um mundo novo a construir, um mundo que se diz modernista, limpo e asséptico, ancorado numa visão antropológica que faz do elixir da eterna juventude e do mito do corpo saudável e impoluto os seus dogmas científicos; a outra que se reclama de um humanismo existencialista, fundada no primado do espírito sobre a matéria e, consequentemente, da liberdade sobre o determinismo, encara o ser humano como um ser para a morte, no horizonte da qual se vai apropriando da sua autenticidade.
Segundo: no plano filosófico-político, encontram-se duas perspectivas diametralmente opostas, ainda que ambas reclamem o universo ideológico da democracia – uma que valoriza o princípio da subordinação do bem privado (fumar) ao bem comum e público (a saúde pública); a outra que faz da liberdade individual e da propriedade privada os princípios sagrados da existência comunitária.
Terceiro: no plano da concretização política do exercício democrático-parlamentar, igualmente dois são os pontos de vista em discussão – uma que entende pertencer à maioria representativa a totalidade dos direitos (os dos não fumadores), legislando em função dos seus interesses, arvorados em interesses universais; a outra, minoritária em termos de representatividade, reclama o direito de ver consignados na lei os seus interesses particulares.
Quarto e último que já se faz tarde: a globalização é cada vez mais um fenómeno incontornável e perigoso. Os hábitos e costumes – o “ethos” ou o “modus vivendi” – do americano médio ou do ocidental medíocre vão-se transformando paulatinamente em lei planetária. Um dia destes não nos resta outra alternativa senão imigrar para outro planeta. No final do programa, contei as beatas que se acumularam no meu cinzeiro. Oito. Irra! E só assisti a uma hora e meia do debate! Que dizer se tivesse assitido até ao fim?
Moral da história: ver este tipo de programas provoca um mal à existência, não tanto pela quantidade de cigarros fumados, mas por não ter desfrutado do prazer de os fumar em boa companhia. Ou simplesmente na companhia de um bom livro.
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