sábado, novembro 17, 2007

verdade e política

Apesar do Orçamento de Estado para 2008 não ter previsto crescimento algum para o Ministério da Educação, o Governo parece apostado em investir forte nos cursos profissionais. A avaliar pelos discursos e manobras de propaganda dos responsáveis governativos, nos últimos meses, com ostensivas e mediáticas entregas de diplomas e de computadores, o ensino profissional parece ser a menina dos olhos quer do Primeiro-Ministro quer da Ministra da Educação.
Hoje mesmo foi noticiado no Público mais uma medida que reforça o referido investimento. O que seria de louvar, se levarmos em linha de conta que, desde o funeral das antigas escolas industriais, o país tem visto crescer, em época de massificação e de democratização do ensino, o número de doutores e engenheiros em áreas que o mercado de trabalho não consegue absorver, atirando-os para uma situação de precariedade laboral ou de desemprego crónico.
Pode ler-se na notícia: “Os alunos que estão inscritos em cursos profissionais, tanto no ensino público como no ensino privado, vão ter direito a um subsídio de transporte e alimentação já a partir de Janeiro (…) O Governo está ainda a estudar outro tipos de auxílios, designadamente durante os estágios curriculares. A medida insere-se na política de apoio à frequência do ensino secundário, que passa ainda pelo alargamento dos limites a partir dos quais os alunos podem candidatar-se à acção social escolar.”
O problema é que, com esta medida se cria uma situação de flagrante injustiça face aos demais alunos do ensino secundário. A dita “política de apoio à frequência do ensino secundário” parece descriminar positivamente apenas um grupo restrito de alunos, penalizando todos os outros, porventura a maior parte. Uns são filhos da mãe, os outros são filhos da outra. Para além do mais, esta medida de profissionalizar a todo o preço, pode conduzir a realidades caricatas, nomeadamente a de premiar a mediocridade e desprezar o mérito. Não deve a política de ensino dar prioridade sobretudo à promoção da excelência e do mérito? Ou está o país em condições de se descartar das virtudes que melhor podem criar riqueza em matéria de recursos humanos? Ou será que esta medida tenta desesperadamente minimizar o deficit de uma política educativa que, para lá da propaganda e visibilidade mediática, poucos efeitos produzirá? Ou, como afirma Hannah Arendt no seu ensaio “Verdade e política”: “será da essência da verdade ser inoperante e da essência do poder ser enganador?”

Um comentário:

Anônimo disse...

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