sábado, novembro 18, 2006

um, dois, esquerda, direita...

Nos tempos que correm, com a Globalização e o neoliberalismo a ditarem as regras de um jogo jogado à escala planetária - e cujas consequências se fazem sentir até ao mais pequeno dos pormenores do quotidiano - ao cidadão comum, minimamente interessado e informado no que às questões políticas diz respeito, compete a formulação de um sem número de questões básicas, fazendo por seu intermédio a responsável prova de vida de cidadania.
A propósito da discussão corrente em torno do problema será o Partido Socialista actual um partido de esquerda? muitas são as opiniões, inúmeras as sentenças, persuasivas umas mais do que outras, mas poucos são os argumentos inequivocamente convincentes. Talvez porque não se vislumbre ainda uma resposta clara as outras questões prévias: que significa hoje ser de esquerda? o que distingue, no essencial, uma política de esquerda de uma política de direita? faz sentido, na actualidade, a tradicional distinção esquerda-diteita?
Alguns dos fazedores-de-opinião esgrimem, em relação ao tema, convicções ideológicas como se de argumentos se tratasse. Há quem conclua, num plano mais pragmático, que as políticas de esquerda, ao contrário das de direita, se evidenciam pela maior preocupação demonstrada com a sustentabilidade do sistema social. Existem aqueles que, alcandorados num patamar mais ontológico, defendem que as pessoas de esquerda encaram o ser humano de um ponto de vista mais optimista do que as pessoas de direita, tendo estas uma perspectiva mais trágico-pessimista em termos antropológicos. Que valor têm semelhantes teorias? O valor que os argumentos que as sustentam lhes conferem, o que, a meu ver, é nulo ou fraco. Não será possível apresentar, respigados da nossa experiência política quotidiana, contra-exemplos que refutem tais ideias? Parece-me bem que sim.
Incomodados porventura com as recentes acusações de governar à direita, surgiu do último Congresso o slogan "Esquerda Moderna", com o qual a família socialista se pretende rotular, justificando assim, a posteriori, a sua política governativa. Mas, o que significa a expressão "Esquerda Moderna"? Não será ela um sinal de que a antítese esquerda-moderna, num mundo globalizado nos eixos de uma ideologia neoliberal, perdeu o tino e a sua razão de ser?

Um comentário:

Anônimo disse...

O mundo perdeu o tino com o mantra da globalização. Infelizmente os efeitos devastadores sentem-se de forma esmagadora nos países pobres. O que eu tenho visto em viagem é assutador. A esquerda portuguesa e europeia limita-se a mostrar o desnorte das baratas tontas antes da trovoada
Chico da Popeline