terça-feira, novembro 21, 2006

a educação é uma coisa muito bonita

A educação é uma coisa muito bonita, dizia-me o meu pai sempre que eu teimava em fazer alguma coisa que merecia reparo ou repreensão. O respeito é muito bonito, observava a minha mãe quando as minhas atitudes passavam os limites daquilo que o senso comum tolerava. A minha mãe era analfabeta, o meu pai pouco mais tem do que isso. E assim me foram educando, recorrendo a um par de regras, simples de apreender e fáceis de interiorizar. A moral deles, normativa e categórica, por rudimentar que fosse, bastou para educar meia dúzia de filhos. Não lhes deu a ilustração que porventura desejavam. Mas isso estava para além das suas possibilidades e da sua compreensão. Mas transmitiram-nos o essencial - o valor da educação por si mesma e o valor do respeito que os outros (sobretudo os mais experientes e vividos) nos devem merecer.
Outros tempos...não muito distantes, mas que por vezes me parecem pertencer a um outro mundo.
Não sei como é que os pais hoje educam os filhos. Não sei, mas imagino. Permissivos no normativo, débeis no categórico, usam e abusam do compromisso inconsequente de quem não tem tempo nem vagar para estar vigilante e atento ao carácter que se vai (de)formando. E pior que tudo, cegos da pior das cegueiras - precisamente aquela que não quer ver. E quando são obrigados a ver (claramente visto), muitas vezes já é tarde de mais. Niilistas até ao tutano, nem o credo os salva.

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