quarta-feira, dezembro 17, 2008

O ministério de educação em destak

O desespero é grande para as bandas do ministério da educação. Torna-se por demais evidente que o sentimento que predomina hoje no ministério da educação é o desespero. E cresce. Só ele justifica um procedimento que, do ponto de vista ético, nada tem de recomendável. A prova disso é a estratégia adoptada para impor o seu modelo de avaliação, agora alcunhado de simplex. A estratégia é clara, obedecendo a um só propósito – passar a mensagem de que o remendado modelo é simples, leve, exequível e justo. Em termos retóricos, o que importa é convencer a opinião pública da credibilidade ética e argumentativa do emissor. Tal mensagem transporta em si uma outra, subliminar e insidiosa: os professores (e os sindicatos), se o não aceitam, é porque não querem ser avaliados e são pessoas de pouco ou nenhum crédito. A hostilização dos profissionais do ensino permanece, agora menos ostensiva ou mais camuflada. A Atitude dos responsáveis do ministério da educação é maquiavélica, no pior sentido. “Os fins justificam os meios”. E que meios! Tudo serve para levar a água ao seu moinho, mesmo quando se trata de água suja, cheia de detritos tóxicos. A intoxicação da opinião pública é dos mais deploráveis meios para atingir os fins desejados, em democracia. Não a serve, apenas a degrada cada vez mais. Um dos meios utilizados pelo ministério da educação pode ser testemunhado na edição de hoje de um dos jornais gratuitos – o Destak. Na página 11 deparamos com um anúncio publicitário de meia página com a chancela do ministério da educação. O título é: “as dez questões erradas sobre a avaliação de desempenho docente”. Outras perguntas se impõem. Com que legitimidade se usa o dinheiro dos contribuintes para fazer propaganda política? O uso manipulador deste meio retórico-publicitário não demonstra a ausência de argumentos sólidos? Argumentar deste modo não é passar um atestado de menoridade intelectual ao auditório a que se dirige a mensagem? A mentira e a política não coabitarão a mesma casa?

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