domingo, julho 12, 2009

mundo estranho e estranhos dias

Que mundo é este que habitamos? Que época é esta que nos coube viver? Mundo estranho em que nos são mais familiares os gadgets tecnológicos e as personagens virtuais que nos visitam pela janela da TV – à hora dos cansaços e da idiotia convencionais – do que o vizinho do lado que soçobra sem inquietações metafísicas. Mundo e época de democracia que se torna cada vez mais uma promessa eternamente adiada de substantivas igualdades, ao mesmo tempo que se entronizam as formas juvenis de adónis e de lotitas e os celebram no altar do hedonismo consumista. Estranhos dias e inverosímeis horas em que o egoísmo se faz imperativo ético, proclamado pelo catecismo do pensamento único e sustentado pelo argumento da inevitabilidade. Tempos sombrios de homens e mulheres em esquizofrénica “competição darwiniana”, no dizer do escritor israrelita Amos Oz, “um mundo darwiniano levado ao extremo em que se trabalha no duro como nunca, apenas para ganhar mais dinheiro do que realmente não precisam, para comprar objectos que nem sequer desejam e impressionar pessoas de quem não gostam verdadeiramente (…).”

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