segunda-feira, abril 20, 2009

Aproxima-se a época de “ir a votos”

Aproxima-se a época de “ir a votos”. Vertiginosamente. Será em regime de sessões contínuas, com um intervalo para “silly season” ou para “ir a banhos”. A primeira sessão está agendada para 7 de Junho. As outras só lá para Outubro, na ressaca das férias, quando a lembrança do “bem-bom” se tornar insuportável e a fossa exigir consultas ao psiquiatra e doses redobradas de anti-depressivos.
Perfilam-se os candidatos para a Europa. Aguçam-se os aguilhões para as ferroadas iniciais. Afinam-se as vozes para os insultos da praxe. Sopesam-se os argumentos ou, na falta deles, ponderam-se as falácias: petições de princípio, “non sequitur”, “post hoc”, apelo à ignorância, aos preconceitos, ao povo, à autoridade, derrapagem, ataques pessoais. Vai ser um fartote, sobretudo de ruído. Os fins justificam os meios. O objectivo é vencer, custe o que custar. Nem que para isso se tenha que vender a alma ao primeiro diabo que aparece. Há que assegurar as mordomias que encosto partidário faculta. Importa jogar a cartada certa, apostar no trunfo favorável. Não se podem desperdiçar oportunidades, que o tempo não está ilusões e a crise é séria e está para lavar e durar. Nas eleições europeias, o vencedor será inevitavelmente a abstenção. Nas outras, logo se verá. Uma coisa é certa: a política transforma-se, a cada ano que passa, num circo mediático em que, no fundo, cada vez mais se escolhe o rosto da ideia e não a ideia do rosto. E depois… quem se lixa é o mexilhão.

Nenhum comentário: